13 de jun. de 2021

Governo de Donald Trump forçou Apple a entregar dados dos opositores

 Os Promotores do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) solicitaram à Apple dados pessoais de dois congressistas democratas durante a gestão do ex-presidente Donald Trump. Segundo o jornal The New York Times, Trump queria expirar funcionários e familiares dos políticos. Há inclusive indicações de um menor na lista.

O NYT diz que o DOJ solicitou “registos de pelo menos uma dúzia de pessoas” relacionadas ao comité entre 2017 e 2018.

Imagem de Donald Trump que queria usar a Apple para espiar opositores

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Trump queria usar a Apple para espiar opositores e funcionários

Os dois congressistas visados faziam parte do Comité de Inteligência da Câmara de Representantes. Um deles é Adam Schiff, grande opositor de Donald Trump e atual presidente do comité. O outro é Eric Swalwell, que confirmou à CNN que foi espiado pelo governo.

Fui notificado pela Apple de que eles apreenderam os meus registos.

Segundo o que apurou o jornal, durante o governo Trump, funcionários que trabalhavam para o então procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, tentaram descobrir quem “vazou” informações confidenciais sobre contactos entre sócios de Trump e a Rússia. A investigação aconteceu em 2017 e 2018.

Na ocasião, o Departamento de Justiça solicitou os documentos à Apple em fevereiro de 2018 através de uma ordem secreta. Além dos dois congressistas, funcionários e familiares, incluindo um menor de idade, também foram espiados. Ao todo, 12 pessoas foram atingidas, já que os investigadores pensaram que os políticos poderiam usar os smartphones de pessoas próximas para esconder contactos com jornalistas.

A democrata Nancy Pelosi, presidenta da Câmara de Representantes, e o deputado Adam Schiff, em outubro de 2019, em Washington. | ERIC BARADAT / AFP

 

Democratas encaram o caso como mais um atentado à democracia

Há alguns dias, o jornal já havia revelado que o Departamento de Justiça também intercetou conversas telefónicas de jornalistas do New York Times, também durante o governo Trump. Repórteres do Washington Post e da CNN também foram atingidos, tendo os seus dados monitorizados durante quatro meses. Contudo, depois das investigações, não foi encontrado nenhum vínculo entre os democratas do Comité de Inteligência e as fugas de informação.

Depois da divulgação dos casos, Adam Shiff declarou que Trump “tentou usar o Departamento [de Justiça] como um bastão contra os seus oponentes políticos e integrantes da imprensa”, e pediu que o inspetor-geral do órgão revisse este caso e outros.

A presidente da Câmara Nancy Pelosi, também democrata, pediu uma investigação e chamou o caso de “horroroso”.

Estas ações parecem ser outro ataque atroz à nossa democracia por parte do ex-presidente.

Depois da primeira reportagem do New York Times, o Departamento de Justiça afirmou que não vai mais procurar dados de jornalistas em investigações de fugas de informações.

Em relação à Apple, as fontes afirmam que a Apple forneceu apenas alguns metadados sobre as contas das pessoas envolvidas, mas a empresa nunca deu acesso a fotos, e-mails ou outros dados pessoais.

Fonte: Pplware.