13 de ago. de 2021

Apple falhou: mensagem mal passada com o novo sistema de proteção infantil

 As novas versões dos sistemas operativos da Apple, onde se incluiu o iOS 15, trarão consigo um sistema com três novos recursos de proteção de crianças que visa, essencialmente, proteger a imagem dos mais novos, para que estes não caiam na teia de redes de pornografia infantil e nem em situações de assédio.

No entanto, estas novas ações têm vindo a ser muito contestadas e agora é evidente que a Apple falhou na mensagem ao anunciar as novidades.

Craig Federighi

O novo sistema da Apple para verificação de conteúdo de pornografia infantil

Craig Federighi, vice-presidente sénior de engenharia de software da Apple, disse que a empresa errou ao lançar os três novos recursos de proteção infantil em simultâneo e gostaria que a confusão tivesse sido evitada.

Recorde-se que no final da semana passada, a Apple anunciou três medidas destinadas a proteger as crianças até aos 13 anos de idade. Em concreto, um sistema triplo de mais informações através da Siri, uma monitorização do conteúdo do iCloud Fotografias para detetar pornografia infantil e um sistema de prevenção contra imagens explícitas na app Mensagens (iMessage).

Estas medidas chegarão com iOS 15, iPadOS 15 e macOS 12 Monterey e vão ampliar as proteções para crianças sempre com total respeito pela privacidade de todos os dados. Esta informação por si só, levanta desde logo questões relacionadas com a proteção das crianças e invasão de privacidade por parte do próprio ecossistema Apple. 

A Apple não teve sucesso na comunicação

Numa entrevista recente ao The Wall Street Journal, Federighi, exalta a importância das novas medidas, no entanto, não terá sido clara ao terem sido anunciadas as três novidades. Principalmente com a monitorização do conteúdo do iCloud Fotografias e na app Mensagens.

Admito que, em retrospetiva, apresentar esses dois recursos ao mesmo tempo foi uma receita para esse tipo de confusão. É muito claro que muitas mensagens foram confundidas. Eu acredito que a frase de efeito difundida foi, 'oh meu Deus, a Apple está à procura de imagens no meu telemóvel.' Não é isso que vai acontecer. 

Tal como se pode ler no artigo partilhado acima, além dos novos recursos só serem ativados para crianças com menos de 13 anos e sob a indicação dos pais ou educadores, todo o sistema de análise das imagens é baseado num sistema de aprendizagem automática integrado no próprio dispositivo, mesmo no caso da deteção de imagens de menores no iCloud.

Segundo Craig Federighi, estes novos recursos surgiram mesmo no sentido de tomar uma atitude quanto ao problema do abuso de menores, mas sem interferir na privacidade dos utilizadores.

Queríamos fazer algo, mas não queríamos implantar uma solução que envolvesse a passagem por todos os dados do cliente.

Também considera que a empresa falhou na sua comunicação?

Fonte:Pplware.

Apple e Google unem forças para enfrentar a nova legislação das lojas de aplicações

A Apple e a Google são duas empresas gigantes no mundo do software. Mais concretamente, as suas lojas faturam milhares de milhões de dólares e moldam a forma como a humanidade interage com os smartphones e, na verdade, com o mundo online. Os reguladores querem mudar a forma como é gerido este mercado. Uma nova legislação nos EUA pretende mudar radicalmente o negócio destas duas empresas e das suas lojas de aplicações.

A Apple e a Google vão-se unir para rebater o que dizem ser um golpe pesado para a App Store e Play Store. Mas há mais empresas interessadas em defender o seu negócio online.

Ilustração App Store da Apple

Senadores dos EUA preparam lei que limita as lojas App Store e Google Play

Uma nova "organização da indústria de tecnologia" chamada Câmara do Progresso, que conta com a Apple e a Google entre os seus principais membros, diz que a nova legislação voltada para a App Store do iOS e a Google Play no Android são um "dedo no olho" para os clientes de ambos.

Um novo projeto de lei bipartidário anunciado no início desta semana pode explodir o iOS ao forçar a Apple a permitir que os utilizadores façam o sideload de aplicações e que isso vai impedir de canalizar programadores e clientes através dos seus próprios canais de compra na aplicação.

Imagem Play Store da Google

Agora, a Câmara de Progresso, que conta com Apple, Google, Amazon, Facebook, Twitter, Lyft e outros, manifestou-se contra a medida. Num comunicado, o CEO do grupo, Adam Kovacevich, disse:

Este projeto é um dedo no olho de qualquer pessoa que comprou um iPhone ou Android porque os telefones e as suas lojas de aplicações são seguras, confiáveis ​​e fáceis de usar. "Eu não vejo nenhum consumidor a marchar em Washington exigindo que o Congresso torne os seus smartphones mais burros. E o Congresso tem coisas melhores a fazer do que intervir numa disputa multimilionária entre empresas.

Segundo o comunicado à imprensa, o grupo afirmou que a nova legislação determinaria "que os fabricantes de telefones e tablets permitam a instalação de lojas de aplicações de terceiros arriscadas e o uso de sistemas de pagamento alternativos", alegando que as novas medidas "prejudicariam a segurança, a confiança, e conveniência que os consumidores valorizam nas lojas de aplicações e dispositivos móveis.

 

Lobby da Epic Games e Spotify poderá estar a ganhar força no Senado

Conforme é referido na descrição do grupo, o projeto de lei "toma o lado de empresas como Epic Games, Spotify e Tile nas suas batalhas legais e de lobby contra a Apple e a Google - o que não deve ser uma prioridade para os legisladores".

A Câmara de Progresso, que luta para proteger o status quo atual de plataformas como a App Store da Apple, parece ter a intenção de posicionar a nova legislação como o governo a tomar o lado de empresas como a Epic Games, atualmente bloqueada numa disputa legal pela App Store, com uma decisão sobre o assunto esperada a qualquer momento.

Apesar do ponto fundamental ser a perda de receitas, para as empresas em causa, para o utilizador poderá haver um incremento forte de insegurança, com mais malware a invadir os smartphones. Portanto, haverá nos próximos meses uma nova batalha nos EUA e na Europa para "regular" as receitas das lojas.

Fonte: Pplware.