A Apple lançou ontem um dispositivo que irá mudar a forma de descobrir objetos perdidos ou roubados. Apesar da aplicação Encontrar já existir nos dispositivos Apple, a empresa de Cupertino quis ir mais longe e criou uma rede Encontrar. Estas etiquetas localizadoras não são uma inovação. A Tile, por exemplo, existe há anos, mas a Apple tem o maior dos trunfos: uma rede gigante de utilizadores.
Além do lançamento do dispositivo localizador próprio, a empresa convidou terceiros a juntar-se à rede. Um dos principais players deste segmento, a Tile, parece assustada com a concorrência e quer que as autoridades percebam se não é concorrência desleal.
Tile receia concorrência da Apple com as AirTags
Imagine milhões de iPhones e iPads espalhados pelo mundo. Agora imagine as etiquetas localizadoras AirTags, entre outros dispositivos compatíveis com a rede Encontrar, “agarrados” aos mais diversos objetos. Não será mais fácil encontrar o que perdemos?
Na mesma linha existem outras soluções, como, por exemplo, as etiquetas da Tile. Contudo, estas terão uma ação muito menor, muito menos utilizadores e uma comunidade imensamente mais pequena. Ora, é na comunidade que está o sucesso deste dispositivo. Quantos mais utilizadores puderem servir de “ponte” entre o objeto perdido e a plataforma que nos diz onde está o objeto… melhor.
Então aqui será difícil bater a Apple, até porque a empresa quer mesmo estender a sua ação aos smartphones Android recorrendo à tecnologia NFC. Como tal, a Tile mostra-se assustada e quer que as autoridades investiguem se a ação da Apple não preconiza uma concorrência desleal.
A Tile e a Apple têm estado num braço de ferro nos últimos anos, porque a Tile acusa a Apple de competição desleal. A Tile também é um dos membros fundadores da Coalition for App Fairnessque está a contestar judicialmente a Apple.
Tile não está na rede Encontrar
Agora, depois de a gigante da Califórnia ter oficialmente apresentado o seu novo localizador de objetos, o AirTag, o CEO da Tile diz que gostaria de ver o Congresso a abrir uma investigação sobre o lançamento no mercado das AirTags da Apple.
Notavelmente, antes de a Apple anunciar o seu próprio localizador de objetos, foi dada a oportunidade de terceiros aderirem à rede Encontrar (Find My). Contudo, os três primeiros a aderir foram a Belkin, Chipolo e VanMoof. Conforme já havíamos referido, a Chipolo foi o primeiro localizador de objetos de terceiros e funcionar na plataforma da Apple Encontrar. Isso significa que a Tile terá muito mais desafios para fazer reclamações antitrust convincentes.
Aceitamos a concorrência, desde que seja uma concorrência justa. Infelizmente, dado o histórico bem documentado da Apple de usar a sua vantagem da plataforma para limitar injustamente a competição com os seus produtos, estamos céticos.
Referiu o CEO da Tile, CJ Prober numa declaração à TechCrunch.
Curiosamente, os AirTags da Apple começam com quase o mesmo preço que o localizador Pro do Tile e, claro, oferecem integração nativa com iOS/macOS.
AirTags serão um acessório para ter junto dos seus objetos
A Apple está a apostar forte neste novo segmento de dispositivos. Além de ter alargado a terceiros e de os Android potencialmente poderem ajudar na deteção, a empresa quer o seu próprio dispositivo em todo o lado. Aliás, se olharmos para o que a marca disse, este será um dispositivo com um “design leve e duradouro” que está assente em dois fatores importantes: resistência à água e bateria substituível pelo utilizador. A Apple diz que os AirTags são classificados para resistência IP67 à água e poeira.
A Apple também afirma que o AirTag oferece “mais de um ano de vida útil da bateria com o uso diário” e apresenta uma tampa removível que facilita a substituição da bateria. A bateria interna é uma CR2032, que é uma bateria de célula tipo moeda padrão.
Cada AirTag é equipado com o chip U1 projetado pela Apple usando a tecnologia Ultra Wideband. Isto permite a localização de precisão para utilizadores do iPhone 11 e do iPhone 12. Esta tecnologia avançada pode determinar com mais precisão a distância e a direção de um AirTag perdido quando este está dentro do alcance.
Conforme o utilizador se move, o Precision Finding funde a entrada da câmara, ARKit, celerímetro e giroscópio e, em seguida, guia o utilizador para o AirTag usando uma combinação de som, sensação tátil e feedback visual.
O AirTag inclui suporte para os recursos de acessibilidade integrados ao iOS. A Localização de precisão usa o VoiceOver para, por exemplo, direcionar os utilizadores cegos ou com baixa visão para o AirTag com instruções como “O AirTag está a 2,7 metros de distância à sua esquerda”.
Fonte: Pplware.