Os concertos de música são, só por si, momentos de muita energia. Muita atividade, agitação e um pouco de salutar expressão corporal exagerada. Mas daí até ser confundido com uma colisão automóvel, vai uma grande distância. Para o iPhone 14 não será assim tão diferente. As autoridades do Tennessee, nos EUA, desesperaram com tanto falso positivo da Deteção de acidentes!
Apple tem de continuar a afinar a Deteção de acidentes
O novo recurso de Deteção de acidentes da Apple no iPhone 14 e no Apple Watch está a ser responsabilizado por um fluxo de chamadas para o 911 (112) no festival de música Bonnaroo no Tennessee no último fim de semana. De acordo com os socorristas, houve aproximadamente cinco vezes o número de chamadas falsas para o 911 este ano em comparação com os anos anteriores do festival.
O festival Bonnaroo deste ano foi realizado no fim de semana passado em Manchester, Tennessee, e atraiu mais de 80.000 pessoas. Esse tamanho de multidão sobrecarregaria os socorristas em quase qualquer lugar, mas o recurso de Deteção de acidentes da Apple piorou a situação este ano.
Segundo informações partilhadas pelo canal notícias local WKRN, as chamadas falsas para o 911 (112) foram acionadas por festivaleiros a dançar e a festejar no meio da multidão.
Perante tal cenário, os responsáveis pelo centro de socorro da zona entrou em contacto com a Apple durante o festival para relatar o fluxo de chamadas de falsos positivos para o número de emergência que estavam a receber, resultado da ação do sistema que os iPhones 14 e os novos Apple Watch trazem.
Scott LeDu, diretor do centro, disse que a Apple ofereceu-se de imediato para colocar ao serviço os seus engenheiros por forma a ajudar a gerir esta situação. Em conjunto, os operadores e os engenheiros da Apple conseguiram estabilizar as informações, de forma a perceber quais eram de facto as reais emergências.
A empresa de Cupertino, no entanto, retirou informação preciosa para afinar o seu sistema que, noutros casos, já fez igualmente disparar os alertas quando os seus utilizadores estavam ou a praticar ski, ou a divertirem-se numa montanha russa.
Como parte dos esforços para gerir o fardo da Deteção de acidentes, o Departamento de Polícia de Manchester incentivou os festivaleiros a desativar completamente a função Deteção de acidentes. Como resultado, de acordo com LeDec, estas mensagens reduziram o número de chamadas recebidas em cerca de 60%.
Apesar do fardo adicional de um aumento de 5 vezes nas chamadas falsas para o 911, LeDuc disse que os socorristas ainda conseguiram responder a cada chamada e gerir a situação sem afetar as emergências reais.
iPhone 14: O que usa a tecnologia para detetar um acidente?
A empresa de Cupertino colocou dentro do iPhone, Apple Watch 8 e Ultra, um sistema que recebe dados do acelerómetro, giroscópio, barómetro, microfone e GPS (além de mais dados de outros sistemas). Depois, com esses dados, recorrendo à aprendizagem automática e a um algoritmo treinado, o sistema deteta que houve um acidente e faz o contacto de emergência.
Na linha do iPhone 14, mais concretamente e em todos os modelos, a Apple colocou também nova tecnologia. Aliado aos mesmos sensores presentes nos Apple Watch deste ano, a Apple introduziu nos novos iPhones um giroscópio de gama alta dinâmica, assim como um acelerómetro de dois núcleos capaz de detetar forças de 256 Gs.
O sistema avalia da seguinte forma, citando a Apple:
- Mudanças repentinas da velocidade: O novo acelerómetro de força-g elevada deteta acelerações e paragens extremas até 256 g.
- Alterações na pressão da cabine: O barómetro deteta as alterações de pressão quando os airbags abrem.
- Alterações abruptas da direção: O giroscópio de elevada amplitude dinâmica deteta mudanças drásticas na orientação do automóvel.
- Sons altos provocados por impacto: Durante a condução, o microfone capta os níveis extremos do som de uma colisão. Para salvaguardar a sua privacidade, o processamento é feito no seu iPhone.
- Testes de colisão em laboratório: Desenvolvemos algoritmos avançados de movimento através de testes de colisão frontal, traseira, lateral e capotamentos.
- Dados de colisões reais: Recorremos também a dados públicos sobre sinistralidade para que a Deteção de acidente seja o mais precisa possível.
Funcionalidade também já salvou vidas
Apesar de estar a ser ainda afinado, visto que ainda dispara falsos positivos, o sistema já salva vidas. Estas inovações precisam, contudo, destes eventos "na vida real" para treinar os algoritmos e os sistemas automatizados para uma aprendizagem mais abra gente. Com isso, tal como temos visto, as empresas lançam atualizações de modo a trazer as correções e melhorar a funcionalidade.
Fonte: Pplware.