A Apple apresentou na última semana, durante o WWDC 2021, o iOS 15, a nova versão do sistema operacional para smartphones. Além das novidades de interação com outros sistemas, melhorias de privacidade, segurança e aplicativos, a lista de aparelhos que serão atualizados chamou a atenção.
Apesar de ser comum há alguns anos, a confirmação de que devices lançados há quase seis anos ainda terão acesso ao novo software continua sendo um diferencial da marca norte-americana. No caso, os modelos iPhone 6s e iPhone 6s Plus (ambos lançados em 2015) e iPhone SE 1ª geração (lançado em 2016) estão listados para receber o update.
Para se ter uma ideia, em 2015 também foram lançados aparelhos como o Samsung Galaxy Note 5 e LG Nexus 5X. Enquanto o primeiro parou no Android 7 (lançado em 2016), o segundo modelo pode ser atualizado até o Android 8 (lançado em 2017).
Com isso, uma das dúvidas que surge é: como a Apple consegue realizar esse trabalho de manter seus dispositivos atualizando por tanto tempo, principalmente no cenário atual em que as fabricantes não oferecem suporte por muito mais do que três anos?
Software nativo
A Apple defende, em seu próprio site, que a durabilidade é uma das marcas registradas de seus produtos. No quesito hardware, devices como iPhones e iPads tem garantia de um período mínimo de cinco anos a partir da última distribuição. Os computadores Mac, por exemplo, têm um reparo de bateria garantido por até dez anos.
Essa preocupação da marca em manter uma assistência aos produtos se mantém no quesito software. O site MacWorld mostrou, em um infográfico, que modelos como o iPhone SE e o iPhone 6s já estão chegando em sua 7ª atualização do iOS.
A companhia consegue a façanha porque ela tem controle sobre todo o ecossistema. No caso do principal software rival no mercado de celulares, o Android, sua fragmentação (muitos aparelhos utilizando versões diferentes) acaba prejudicando o suporte para atualizações futuras.
Enquanto o iOS 14 está presente em cerca de 85% dos celulares da marca, o Android 11 está presente em cerca de 15% dos aparelhos do mercado. Esses dados em relação ao software do Google são da StatCounter, consultoria de análise de dados, já que a própria empresa parou de compartilhar um dashboard que mostrava a distribuição dos sistemas.
No mesmo levantamento, é mostrado que o Android 10 é o mais utilizado no mundo, estando em cerca de 37% dos aparelhos. O 9 está logo atrás, com 17,3%.
Frequência de atualizações
Como citado, o Android tem dificuldades para manter um suporte contínuo e outra questão que influencia esse problema é a quantidade maior de fabricantes de componentes e de marcas de smartphones.
De acordo com o Google, o sistema operacional já foi utilizado em cerca de 24 mil dispositivos lançados por 1,3 mil marcas diferentes. Essa divisão muito grande, que ainda conta com milhares de componentes fabricados por diferentes empresas, acaba diminuindo a taxa de adoção de um Android mais recente na comparação com o iOS atual.
Todo esse cenário faz com que as marcas do SO do Google não ofereçam muitas atualizações. Confira, a seguir, uma lista de como algumas das principais empresas estão atualizando seus aparelhos.
- Samsung: oferece 4 anos de atualizações de segurança e 3 atualizações do Android para celulares lançados a partir de 2019, incluindo modelos da linha Galaxy como o Z, S, Note, A e M.
- Motorola: no caso dos modelos mais recentes da família Moto G, o Moto G100 terá 2 anos de atualizações de segurança e somente 1 atualização do Android. O Moto G10 receberá também 2 anos de atualizações de segurança, mas nenhum update do Android.
- Vivo: oferece 3 anos de atualizações de segurança e 3 anos de atualizações do Android para aparelhos específicos.
- Oppo: oferece 3 anos de atualizações de segurança e 3 anos de atualizações do Android para o Find X3.
- OnePlus: oferece 3 anos de atualizações de segurança e 2 anos de atualizações do Android.