A história já é conhecida: no dia 13 de março, o editor da revista The Atlantic, Jeffrey Goldberg, foi acidentalmente adicionado a grupo de mensagens secreto que discutia planos confidenciais para uma operação militar dos EUA no Iémen. O convite indevido foi enviado por Mike Waltz, Conselheiro de Segurança Nacional, que se enganou e enviou o convite ao jornalista em vez de o dirigir ao porta-voz do Conselho de Segurança Nacional (NSC). Agora a culpa, dizem, foi do iPhone!
Como foi possível usarem um grupo do Signal para discutir temas secretos?
O jornalista Jeffrey Goldberg, ao tomar conhecimento dos planos, publicou o que sabia na revista The Atlantic. Na mesma publicação, referiu ainda que membros da administração Trump utilizavam a aplicação Signal nos seus dispositivos pessoais não seguros e através de redes igualmente desprotegidas, para partilhar informação e dados classificados.
A preocupação, naturalmente, é que inimigos dos EUA (cuja identificação hoje em dia é difusa) pudessem aceder à aplicação, sobre a qual o governo americano não tem qualquer controlo.

Mike Waltz, Conselheiro de Segurança Nacional (à esquerda) e o jornalista e editor da revista The Atlantic, Jeffrey Goldberg.
Segundo o The Guardian, o erro deveu-se em parte ao iPhone de Waltz, que terá sugerido um número de telefone atualizado. Waltz, julgando tratar-se do contacto de Hughes, aceitou a sugestão! Contudo, o número sugerido correspondia afinal ao de Jeffrey Goldberg.
O contacto de Goldberg terá sido inicialmente obtido quando este enviou um e-mail à campanha de Trump, em outubro passado, a criticar a postura do então presidente em relação aos militares. O e-mail foi reencaminhado a Brian Hughes, então porta-voz de Trump.
Apesar de Waltz nunca ter contactado Goldberg, o número foi inadvertidamente guardado no cartão de contacto de Hughes.
EUD: confundiu sugestão de número de Goldberg com Hughes?
A Casa Branca confirmou que foi o iPhone de Waltz que sugeriu a associação do número de Goldberg ao contacto de Hughes, por presumir tratar-se de um número relacionado. Assim, quando Waltz quis adicionar Hughes ao grupo de Signal, acabou por incluir o contacto errado.
Apesar de ser uma explicação plausível, não resolve a questão do uso da aplicação Signal para troca de informações sensíveis.
A administração justifica-se afirmando que não existe, de momento, uma aplicação oficial alternativa que permita comunicação em tempo real entre duas agências. Por isso, continua-se a usar o Signal.
Toda esta situação resulta de uma infeliz sucessão de enganos. Talvez Waltz devesse ter sido mais atento, mas o Presidente parece disposto a perdoar-lhe a falha.
Fonte: Pplware.