7 de jun. de 2021

18 das 1.000 aplicações mais rentáveis da App Store são golpes que renderam $48 milhões

A App Store tem estado debaixo de fogo e debaixo do escrutínio da Apple. O caso que está a colocar frente a frente a Apple e a Epic Games tem revelado eventos e dados que até agora eram desconhecidos. Uma nova análise do The Washington Post afirma que 2% das mil aplicações mais lucrativas da Apple na iOS App Store eram golpes que arrecadaram cerca de 48 milhões de dólares.

Alguns programadores conseguiram perceber os esquemas e denunciaram os golpes à empresa de Cupertino. Das 18 aplicações descobertas, a Apple já removeu da loja praticamente todas.

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Apps que são uma fraude conseguem “roubar” 48 milhões de dólares

Uma das bandeiras da Apple é a segurança do seu ecossistema. Dos dispositivos com informação encriptada, a uma das maiores bases de dados de cartões de crédito do mundo, a Apple gasta milhões para garantir a inviolabilidade do seu “cofre”. No entanto, um punhado de aplicações, que atuaram durante alguns anos, conseguiram arrecadar cerca de 48 milhões de dólares aos utilizadores que a Apple diz proteger.

Segundo o relatório agora divulgado pela WP, muitas destas aplicações podem ser descritas como “fleeceware”, usando revisões falsas da App Store para impulsioná-los no ranking, convencendo os clientes a baixá-los e possivelmente a gastar dinheiro, muitas vezes involuntariamente.

Ilustração de apps da Apps Store da Apple

 

Mas o que é o Fleeceware?

Em grosso modo, o fleeceware é um tipo da aplicação móvel de malware que vem com taxas de assinatura excessivas e ocultas. Estas aplicações também tiram proveito de utilizadores que não sabem como cancelar uma assinatura para continuar a cobrá-los por muito tempo depois de terem excluído a aplicação.

Em 2020, mais de 600 milhões de utilizadores instalaram apps Android fleeceware da Play Store, mas foram este tipo de apps que renderam também milhões na App Store.

O funcionamento das apps fleeceware obedecem, por norma, a um padrão. Assim que o utilizador faz download da aplicação, este tem obrigatoriamente de fornecer os seus dados de pagamento para a poder executar. Daqui em diante, por vezes quantias pequenas, são cobradas todos os meses sem que o utilizador consiga desativar.

 

Uma gota num oceano de apps

O relatório refere-se a precisamente a 18 aplicações, do tipo apps de Encontros, de leitura de códigos QR, apps que removem vírus do iPhone, entre outras, que o WP diz terem enganado alguns utilizadores em cerca de 48 milhões de dólares. É claro que 18 apps numa App Store com 1,8 milhões de aplicações é uma pequena porção. Claro que o custo financeiro para cada utilizador não é alto, pois tirando um grão ali, outro acolá, o esquema mantém-se e a Apple não dá conta, nem o utilizador de apercebe.

Apple aumenta a vigilância depois de fortemente criticada

A Apple recentemente elogiou a segurança da sua App Store face ao crescente escrutínio que o processo da Epic Games tem obrigado. A Apple afirma ter ajudado a evitar 1,5 mil milhões de dólares em transações potencialmente fraudulentas, ao mesmo tempo que rejeitou quase 2 milhões de inscrições na App Store e encerrou 470.000 contas de programadores.

Uma pesquisa recente afirma que a App Store da Apple ajudou a contabilizar cerca de 643 mil milhões de dólares de faturação e vendas em 2020, a maioria dos quais proveniente de bens e serviços físicos. Conforme observa o relatório, o próprio diretor de conformidade da Apple, Kyle Andeer, advertiu que abrir o iPhone para sideload ou mais lojas de aplicações serviria simplesmente para multiplicar os problemas que este relatório mais recente identificaram.

Fonte: Pplware.