A quinta geração de conectividade móvel está sendo implantada no Brasil e deve estar em operação nas capitais do país até o final de setembro deste ano. O 5G, como é conhecida a tecnologia, entregabanda larga móvel ultrarrápida e de baixa latência. Com ela, será possível pensar diversas funcionalidades que podem mudar a vida para melhor. Apenas um exemplo disso é a telemedicina, cuja expansão passa pela garantia de alta velocidade e estabilidade de conexão.
Afinal, se um lag já é insuportável em um jogo online, imagina o que poderia causar em uma cirurgia.
O 5G também amplia a possibilidade de acomodação de dispositivos à rede, o que viabiliza a difusão da chamada Internet das Coisas (IoT) e nos aproxima de uma realidade que até então pertencia somente ao mundo da ficção. Por exemplo: sua geladeira automaticamente identifica que o leite está acabando e realiza um pedido ao supermercado mais próximo.
Da mesma forma, o 5G favorece o desenvolvimento do tão badalado metaverso, ou melhor, metaversos, melhorando a experiência de uso de dispositivos e aplicações de realidade virtual (RV) e realidade aumentada (RA).
Existem desvantagens com a chegada do 5G?
Como nem tudo são flores, é preciso considerar o impacto à privacidade e à proteção de dados dos usuários, que estarão cada vez mais conectados. Logicamente, com o aumento das conexões, cresce também o volume e a variedade de dados trafegando.
Se hoje interagimos na rede por meio de 2 ou 3 dispositivos, nosso computador e celular, em breve teremos toda nossa casa conectada. Assim, poderão ser coletadas informações sobre rotinas, hábitos diários, preferências e interesses.
A ampliação dos canais e a variedade de dados coletados também se observam nos metaversos, cujas portas de entrada plugam sentidos humanos antes não conectados, como o tato captado via luvas ou o comportamento dos olhos, via óculos.
Mas, afinal, é válido apostar na tecnologia 5G?
Evidentemente, há um valor enorme nessa imensidão de informações. Ora, os dados podem muito bem ser reunidos, auxiliando na criação de perfis e direcionamento de ofertas ou na tomada de decisões automatizadas que podem impactar nossas condições de emprego e consumo, entre outras.
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Caberá, portanto, às organizações que desenvolvem dispositivos e aplicações — e todas aquelas que se valem de dados nesse novo contexto — atuarem com alta responsabilidade, equilibrando o valor da inovação com a proteção dos usuários.
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Artigo escrito em conjunto com Carol Giovanini, advogada no escritório Prado Vidigal Advogados, profissional de privacidade certificada pela International Association of Privacy Professionals (CIPP/E) e mestranda em Direito e Inovação pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Paulo Vidigal, colunista do TecMundo, é sócio do escritório Prado Vidigal, especializado em direito digital, privacidade e proteção de dados. Certificado pela International Association of Privacy Professionals (CIPP/E), é pós-graduado em MBA na área de Direito Eletrônico pela Escola Paulista de Direito. Apresenta extensão em Privacidade e Proteção de Dados pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e em Privacy by Design pela Ryerson University.
Fonte: Tecmundo.