Um recurso de segurança criado pela Apple para redefinir senha ou recuperar o acesso ao ID está sendo usado por ladrões ou cibercriminosos para evitar que os donos de iPhones recuperem suas contas. Descrito na quarta-feira (19) pelo The Wall Street Journal, o golpe consiste em observar os donos de aparelhos digitando suas senhas — geralmente em bares à noite — para depois roubá-los.
A reportagem cita como exemplo da atividade criminosa o caso de Greg Frasca, de 46 anos, que foi bloqueado de sua conta da Apple desde outubro, quando teve seu iPhone 14 Pro roubado em um bar de Chicago. O objetivo imediato do meliante foi zerar o dinheiro da conta bancária e, ao mesmo tempo, impedir que o legítimo dono conseguisse rastrear seu dispositivo.
Para concretizar o golpe, o autor usou o conjunto de caracteres do próprio Frasca para configurar uma nova senha para o Apple ID, o que os ladrões normalmente fazem. A novidade aqui foi que o criminoso ativou a chave de recuperação, um código de 28 caracteres criado para garantir que só o portador do iPhone — neste caso, o bandido — consiga recuperar o seu ID Apple.
O que fazer se o bandido ativar a chave de recuperação do iPhone?
Logo após a publicação da reportagem, o The Wall Street Journalrecebeu dezenas de relatos, confirmando crimes parecidos em diversas cidades americanas, como Nova York, Nova Orleans, Chicago e Boston.
Embora muitos tenham conseguido recuperar seu dinheiro junto às instituições financeiras, a recuperação dos dados da conta tem se tornado praticamente uma missão impossível face à burocracia da Apple.
Enquanto isso, Greg Frasca já anunciou que irá pessoalmente à sede da Apple em Cupertino para provar que ele não é o bandido (e o bandido não é ele), e tentar recuperar oito anos de fotos de suas filhas. Para ter de volta esses dados únicos, ele está oferecendo um cheque de US$ 10 mil (R$ 51 mil).
Fonte: Tecmundo.