27 de jun. de 2023

Festival de música faz iPhone 14 disparar pedidos de SOS

 Os concertos de música são, só por si, momentos de muita energia. Muita atividade, agitação e um pouco de salutar expressão corporal exagerada. Mas daí até ser confundido com uma colisão automóvel, vai uma grande distância. Para o iPhone 14 não será assim tão diferente. As autoridades do Tennessee, nos EUA, desesperaram com tanto falso positivo da Deteção de acidentes!

Festival de música faz iPhone 14 disparar pedidos de SOS

Apple tem de continuar a afinar a Deteção de acidentes

O novo recurso de Deteção de acidentes da Apple no iPhone 14 e no Apple Watch está a ser responsabilizado por um fluxo de chamadas para o 911 (112) no festival de música Bonnaroo no Tennessee no último fim de semana. De acordo com os socorristas, houve aproximadamente cinco vezes o número de chamadas falsas para o 911 este ano em comparação com os anos anteriores do festival.

O festival Bonnaroo deste ano foi realizado no fim de semana passado em Manchester, Tennessee, e atraiu mais de 80.000 pessoas. Esse tamanho de multidão sobrecarregaria os socorristas em quase qualquer lugar, mas o recurso de Deteção de acidentes da Apple piorou a situação este ano.

Segundo informações partilhadas pelo canal notícias local WKRN, as chamadas falsas para o 911 (112) foram acionadas por festivaleiros a dançar e a festejar no meio da multidão.

Perante tal cenário, os responsáveis pelo centro de socorro da zona entrou em contacto com a Apple durante o festival para relatar o fluxo de chamadas de falsos positivos para o número de emergência que estavam a receber, resultado da ação do sistema que os iPhones 14 e os novos Apple Watch trazem.

Scott LeDu, diretor do centro, disse que a Apple ofereceu-se de imediato para colocar ao serviço os seus engenheiros por forma a ajudar a gerir esta situação. Em conjunto, os operadores e os engenheiros da Apple conseguiram estabilizar as informações, de forma a perceber quais eram de facto as reais emergências.

A empresa de Cupertino, no entanto, retirou informação preciosa para afinar o seu sistema que, noutros casos, já fez igualmente disparar os alertas quando os seus utilizadores estavam ou a praticar ski, ou a divertirem-se numa montanha russa.

Como parte dos esforços para gerir o fardo da Deteção de acidentes, o Departamento de Polícia de Manchester incentivou os festivaleiros a desativar completamente a função Deteção de acidentes. Como resultado, de acordo com LeDec, estas mensagens reduziram o número de chamadas recebidas em cerca de 60%.

Apesar do fardo adicional de um aumento de 5 vezes nas chamadas falsas para o 911, LeDuc disse que os socorristas ainda conseguiram responder a cada chamada e gerir a situação sem afetar as emergências reais.

 

iPhone 14: O que usa a tecnologia para detetar um acidente?

A empresa de Cupertino colocou dentro do iPhone, Apple Watch 8 e Ultra, um sistema que recebe dados do acelerómetro, giroscópio, barómetro, microfone e GPS (além de mais dados de outros sistemas). Depois, com esses dados, recorrendo à aprendizagem automática e a um algoritmo treinado, o sistema deteta que houve um acidente e faz o contacto de emergência.

Na linha do iPhone 14, mais concretamente e em todos os modelos, a Apple colocou também nova tecnologia. Aliado aos mesmos sensores presentes nos Apple Watch deste ano, a Apple introduziu nos novos iPhones um giroscópio de gama alta dinâmica, assim como um acelerómetro de dois núcleos capaz de detetar forças de 256 Gs.

O sistema avalia da seguinte forma, citando a Apple:

  • Mudanças repentinas da velocidade: O novo acelerómetro de força-g elevada deteta acelerações e paragens extremas até 256 g.
  • Alterações na pressão da cabine: O barómetro deteta as alterações de pressão quando os airbags abrem.
  • Alterações abruptas da direção: O giroscópio de elevada amplitude dinâmica deteta mudanças drásticas na orientação do automóvel.
  • Sons altos provocados por impacto: Durante a condução, o microfone capta os níveis extremos do som de uma colisão. Para salvaguardar a sua privacidade, o processamento é feito no seu iPhone.
  • Testes de colisão em laboratório: Desenvolvemos algoritmos avançados de movimento através de testes de colisão frontal, traseira, lateral e capotamentos.
  • Dados de colisões reais: Recorremos também a dados públicos sobre sinistralidade para que a Deteção de acidente seja o mais precisa possível.

 

Funcionalidade também já salvou vidas

Apesar de estar a ser ainda afinado, visto que ainda dispara falsos positivos, o sistema já salva vidas. Estas inovações precisam, contudo, destes eventos "na vida real" para treinar os algoritmos e os sistemas automatizados para uma aprendizagem mais abra gente. Com isso, tal como temos visto, as empresas lançam atualizações de modo a trazer as correções e melhorar a funcionalidade.

Fonte: Pplware.