A Apple está a tentar, por si só, alterar o funcionamento da publicidade e privacidade online. Assim, no próximo mês, os utilizadores de iPhone começarão a ser questionados sobre se pretendem que a aplicação na qual vão entrar acompanhe e registe o seu comportamento online.
É uma pergunta simples, mas já espoletou uma reação da empresa Facebook, que já se mostrou contra esta medida.
Utilizador tem de autorizar o rastreio do seu comportamento online
Sendo as aplicações e as plataformas gratuitas, alimentam-se maioritariamente de publicidade. O problema está que essa publicidade, apesar de parecer inofensiva, recolhe informação do utilizador, sem que ele se aperceba. Assim, sendo, a Apple quer mitigar este padrão muitas vezes intrusivo de rastreio do comportamento online do utilizador.
Ou seja, a Apple pretende que o utilizador seja questionado quanto à sua vontade em ser ‘seguido’ pela aplicação que está a usar. Contudo, esta questão acarreta consequências para os vários envolvidos.
A verdade é que a Apple tem lutado pela questão da privacidade, defendendo-a e procurando priorizá-la, nos seus dispositivos. Todavia, para o Facebook e outras plataformas, é uma medida prejudicial. Isto, porque lucram com o rastreio do comportamento online dos seus utilizadores e, essencialmente, com a publicidade que circula pela plataforma.
Os utilizadores valorizam a privacidade, enquanto internautas. Contudo, não fazem qualquer ideia da quantidade de informação sua que é recolhida aquando o acesso a um simples link.
Pese o facto de a publicidade suportar grande parte do conteúdo gratuito a que os utilizadores têm acesso, enquanto navegam nas diferentes plataformas. Aliás, o proprietário do Daily Mail, Martin Clarke, revela que a sua aplicação, MailOnline para iOS, atrai 1,2 milhões de utilizadores, por dia, e refere:
Não vale a pena fornecer uma aplicação para uma plataforma que rentabiliza bem menos que outras plataformas.
Comportamento do utilizador é a chave para as empresas de publicidade
Durante vários anos a Apple tem atribuído a cada utilizador de iPhone um código de identificação único que facilita o rastreio do telefone e do seu comportamento online, pelas entidades de publicidade. Assim, o novo plano, que começará a ser implementado em meados de setembro, pretende que qualquer promotor que queira ter acesso a esse código e queira utilizar os dados recolhidos solicite permissão.
Se o utilizador disser que sim, então, as aplicações podem trocar informações com as empresas de publicidade, a fim de conhecer o comportamento online do utilizador, quer na aplicação, como na web em geral. Ou seja, se disser que sim, o utilizador continuará a ver o seu comportamento no interior de uma aplicação refletido noutras, e na restante internet, recebendo anúncios direcionados.
Por outro lado, se rejeitar a opção das empresas de publicidade, ser-lhes-á muito mais difícil chegar até ao utilizador e direcionar os anúncios. Aqui está o problema para a empresa Facebook, que vê a sua fonte de rendimento mais pesada a ser ameaçada.
Depois do anúncio da Apple face a esta nova medida, o Facebook já demonstrou o seu desagrado e anunciou que não irá utilizar o identificador de dispositivos Apple nas suas aplicações. Isto é, não terá de mostrar a mensagem que a Apple pretende, a questionar o utilizador.
Assim sendo, ainda não se sabe qual a reação da Apple a esta posição do Facebook. No entanto, de acordo com a empresa de Mark Zuckerberg, estão conscientes do quão prejudicados irão sair todos os programadores e editores que trabalham para o Facebook, devido a esta medida da Apple.
Fonte: Pplware.