16 de jan. de 2021

Apple Watch pode detetar a infecção por SARS-CoV-2 dias antes dos testes

 Por várias vezes estes equipamentos foram referidos como capazes de identificar indícios de doenças nos utilizadores. Aliás, temos visto a Apple e outras empresas, como a Garmin, por exemplo, a equipar estes smartwatches com sensores talhados para vigiar sinais vitais. Neste campo, o Apple Watch pode ser muito importante na deteção da COVID-19.

Segundo uma recente investigação, o relógio da Apple pode ser capaz de detetar se um utilizador tem COVID-19 dias antes de ser diagnosticado ou de os sintomas aparecerem.

Imagem Apple Watch 5 com ECG


Apple Watch pode analisar a variabilidade da frequência cardíaca

Em alguns casos, dispositivos vestíveis como o Apple Watch ou Fitbit podem prever uma infeção COVID-19 antes mesmo de um utilizador se tornar sintomático ou o vírus ser detetado através dos testes disponíveis.

Investigadores da área da medicina do Mount Sinai Health System em Nova York, por exemplo, descobriram que o Apple Watch pode detetar mudanças subtis no ritmo cardíaco de um utilizador até sete dias antes de uma infeção ser detetada através de testes.

Ilustração da VFC de uma leitura de um ECG de um Apple Watch

Os intervalos entre cada batimento cardíaco variam e a magnitude dessa variação permite calcular a VFC.

O estudo de Mount Sinai analisou a variação no tempo entre os batimentos cardíacos, uma métrica conhecida como variabilidade da frequência cardíaca (VFC). Os investigadores dizem que é uma boa indicação de como o sistema imunitário de uma pessoa está a funcionar.

Já sabíamos que os marcadores de variabilidade da frequência cardíaca mudam à medida que a inflamação se desenvolve no corpo, e a COVID-19 é um evento incrivelmente inflamatório. Isso permite-nos prever que as pessoas estão infetadas antes que estas percebam.

Explicou Rob Hirten, autor do estudo e professor assistente de medicina na Escola de Medicina Icahn no Monte Sinai.

A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é um marcador cientificamente validado. A VFC refere-se à oscilação do intervalo entre cada batimento cardíaco e pode ser medida num eletrocardiograma ou através de um sensor de fotopletismografia.

 

Mas como podem os smartwatches detetar a COVID-19?

Quando se trata da COVID-19, os indivíduos infetados com a doença apresentam menor variabilidade da frequência cardíaca em comparação com aqueles com teste negativo. O estudo acompanhou 300 profissionais de saúde no Monte Sinai que usaram Apple Watches durante cinco meses.

Notavelmente, a Apple destacou o estudo do Monte Sinai no seu evento “Time Flies” focado no Apple Watch e iPad, a 15 de setembro de 2020.

Outro estudo da Stanford University, na Califórnia, analisou uma variedade de dispositivos que permitem monitorizar a atividade e condicionamento físico da Apple, Fitbit, Garmin e outros fabricantes.

Esta investigação, publicada na Nature Biomedical Engineering, descobriu que 81% daqueles que testaram positivo para o SARS-CoV2 tiveram alterações nas suas taxas de batimento cardíaco em repouso.

Assim, com a métrica de variabilidade da frequência cardíaca, os investigadores descobriram que os dispositivos podiam detetar uma infeção até nove dias e meio antes do início dos sintomas.

O problema [com o teste] é que as pessoas não o podem estar permanentemente a fazer. Por outro lado, estes dispositivos medem os sinais vitais 24 horas por dia, 7 dias por semana.

O smartwatch devolve os dados imediatamente, em tempo real. No caso do teste, se tiver sorte, a pessoa só o receberá um dia ou vários depois.

Referiu Michael Snyder, professor da Universidade de Stanford à CBS.

Portanto, o Apple Watch pode permitir, com o software desenhado à medida, vigiar os sintomas possíveis da COVID-19.

Fonte: Pplware.