A Apple poderá estar a preparar um aumento no preço dos seus futuros iPhones, não apenas devido a inovações tecnológicas, mas também como uma manobra estratégica para mitigar o impacto de tarifas comerciais sem o admitir publicamente.
Aumento de preço dos iPhones em equação
Segundo informações avançadas pelo The Wall Street Journal, a gigante de Cupertino está a equacionar um incremento no valor dos seus próximos modelos de iPhone. Fontes próximas dos planos da empresa indicam que a estratégia passaria por aliar esta subida de preço a novas funcionalidades e a um design renovado, de forma a justificar o valor acrescido perante os consumidores.
Embora os detalhes sobre estas melhorias permaneçam por confirmar, persistem rumores sobre um eventual modelo ultrafino que poderia servir de âncora para esta nova política de preços.
As mesmas fontes citadas pelo jornal norte-americano asseguram que existe uma intenção clara dentro da Apple de desvincular publicamente este potencial aumento das tarifas impostas pelos EUA a produtos fabricados na China, onde a maioria dos iPhones ainda é produzida.
A justificação é clara: em abril, um simples artigo que sugeria que a Amazon iria discriminar o impacto das tarifas no preço final dos produtos foi suficiente para a Casa Branca considerar o ato como hostil, obrigando a empresa de Jeff Bezos a recuar e desmentir rapidamente essa intenção. A Apple parece querer evitar um confronto parecido.
O cenário atual não é simples para a Apple
Segundo as fontes do WSJ, a margem para reduzir custos através dos fornecedores é escassa. Isto implica que, sem um aumento de preços, o impacto das tarifas resultaria numa diminuição direta dos lucros.
Consequentemente, a empresa estará a considerar o que fontes internas descrevem como "a opção menos desfavorável": aumentar os preços, apresentando as alterações como uma evolução natural e justificada pelas melhorias do produto, em vez de uma consequência direta das políticas comerciais.
Paralelamente, a Apple prossegue com a sua estratégia de diversificação geográfica da produção. Tim Cook, CEO da empresa, já havia indicado que uma parte considerável dos iPhones comercializados nos EUA durante o segundo trimestre seria proveniente da Índia.
No entanto, a produção dos modelos de topo de gama - como as versões Pro e Pro Max - continuará, maioritariamente, dependente da China, segundo as mesmas fontes. Apesar de a Índia ter iniciado a montagem de algumas versões Pro, a sua infraestrutura técnica ainda não parece estar ao nível exigido para uma produção em massa equivalente à chinesa.
Recentemente, os EUA e a China anunciaram um acordo para suspender grande parte das tarifas mútuas. Contudo, algumas mantêm-se em vigor. Entre estas, destaca-se uma tarifa de 20% que afeta os smartphones, relacionada com o conflito em torno do fentanil, e outra de 10% que permanece como taxa base.
Esta trégua é, portanto, parcial e temporária, o que, se por um lado traz algum alívio, por outro adiciona um elemento de incerteza ao panorama global.
Fonte: Pplware.