13 de jun. de 2025

iPadOS 26 transformou definitivamente o iPad num computador

 O iPad é uma ferramenta extraordinária para quem pretende ter o poder da computação num ecrã generoso talhado para a mobilidade. Com um sistema operativo próprio, este tablet ficava um pouco aquém pelas limitações impostas pela Apple. Mas, com o iPadOS 26 a transformação aconteceu.

Com o anúncio do iPadOS 26, a Apple fez finalmente algo a que parecia estar a resistir há mais de uma década: transformar o iPad num computador.

A Apple há muito que envia mensagens contraditórias sobre o dispositivo, por vezes argumentando que é um computador, e outras vezes argumentando que os iPads e os Macs são dois dispositivos muito diferentes com duas funções muito diferentes.

O iPad não era um computador

Por um lado, já em 2017, a Apple lançou a campanha publicitária “O que é um computador?”, argumentando essencialmente que o iPad era um computador - ou, pelo menos, que podia fazer tudo o que um computador fazia.

A empresa manteve esse slogan em campanhas publicitárias ao longo de vários anos.

Por outro lado, a Apple há muito que defende que um iPad e um Mac são duas coisas muito diferentes. Em resposta ao Surface da Microsoft, Tim Cook sugeriu que a combinação de PC e tablet era como “convergir uma torradeira e um frigorífico”.

Sim, é verdade que tecnicamente o iPad sempre foi um computador. Contudo, nessa ótica, os outros dispositivos da empresa também o são e podemos até atribuir a categoria de computador de bolso. Por exemplo, a Apple tem um computador de pulso e um computador de rosto.

Quer isto dizer, na verdade, que em termos de máquina, o tablet da Apple é capaz de ser usado como um substituto completo do PC ou do Mac. Mas atenção, para o usarmos como se fosse um computador, a ginástica é grande, e falta muita coisa, principalmente para quem precisa mesmo de um computador sempre à "mão de semear".

Aliás, em determinada altura, viajava com o iPad Pro, mas usar as ferramentas, tal como acontecia no Mac, era uma operação mais lenta, mesmo com o teclado dedicado, o dedo no ecrã ou até mesmo com uma espécie de rato adaptado.

Com o passar do tempo, e para ganhar esse mesmo tempo nas viagens, o iPad deu lugar a um MacBook Air.

E agora com o iPadOS 26?

Depois de instalar o iPadOS 26 e de explorar as muitas novidades no sistema operativo e nas ferramentas que ajudam na gestão do fluxo de trabalho, está agora muito mais próximo de se assumir como um verdadeiro computado.

Há alterações nas dinâmicas de como gerimos as janelas, a escrita, o ponteiro do rato, o arrastar e colar, a app Ficheiros e até a gestão de PDFs que estão muito mais úteis.

Janelas adequadas

A maior mudança é, de longe, a utilização correta de janelas. O iPad começou por ser um dispositivo de tarefa única: uma aplicação em ecrã inteiro de cada vez. Mais tarde, com o iPadOS 13, o Slide Over e o Split View tornaram possível trabalhar com mais do que uma aplicação ao mesmo tempo, mas era bastante complicado e pouco intuitivo.

No iPadOS 16.1 aparece o Stage Manager que melhorou ainda mais a usabilidade, mas continuava a ser um mau substituto para a flexibilidade de janelas que se obtém num Mac.

Contudo, agora o iPad funciona quase exatamente como um Mac neste aspeto. É possível abrir várias aplicações, posicionar, dimensionar e sobrepor cada janela como se quiser.

Parece haver um limite máximo de 12 aplicações no ecrã em qualquer altura, mas é raro ter tantas janelas abertas no Mac, pelo que me parece suficientemente razoável.

Melhor suporte para arrastar e largar e ficheiros

Outra grande vitória é o suporte para arrastar e largar ao estilo Mac. Mover conteúdos entre aplicações e janelas era francamente horrível num iPad; agora já não é.

Da mesma forma, o manuseamento de ficheiros era bastante pobre no iPad, mas houve algumas melhorias que valeram a pena.

Agora é possível arrastar pastas para a doca; etiquetar pastas com símbolos, para uma identificação mais rápida; definir vistas de lista personalizáveis; e é possível definir a aplicação que pretende utilizar para abrir diferentes tipos de ficheiros.

Barra de menus

Finalmente, o iPad tem uma barra de menus! Do ponto de vista da usabilidade, penso que nunca ninguém criou uma interface de utilizador melhor para aceder a funcionalidades não imediatamente visíveis à superfície.

Os menus não só tornam as funcionalidades enterradas mais rápidas de utilizar, como também as tornam mais fáceis de descobrir. Esta tem sido uma das maiores críticas às aplicações avançadas no iPad: não só é difícil descobrir como fazer determinadas coisas, como também é difícil determinar se as podemos fazer. Uma barra de menus resolve praticamente isso.

Como referido, continuará a haver razões para escolher um Mac em vez de um iPad. Mas com estas melhorias dramáticas na interface de utilizador semelhante à do Mac, penso que o iPad vai ser uma boa escolha para muito mais pessoas.

Aplicação Ficheiros é um Finder com esteroides

É uma ferramenta que aproxima os sistemas operativos mobile dos sistemas para Mac. É o lugar onde podemos fazer a ponte entre o iPad e periféricos, como discos externos, cartões de memória, entre outras coisas. É onde podemos ter uma organização dos documentos, músicas, imagens, vídeos e até poder servir de ligação com muitas outras aplicações, principalmente as plataformas cloud.

Nesta versão, apresentada esta semana, o iPadOS recebeu melhorias importantes que a aproximam da experiência do Finder no macOS. A vista em lista passou a ser mais avançada, com colunas redimensionáveis e reorganizáveis, permitindo visualizar metadados completos de forma clara e eficiente.

As pastas tornaram-se personalizáveis, sendo possível atribuir-lhes cores e emojis para uma organização visual mais intuitiva.

Outra funcionalidade bastante útil agora disponibilizada é a possibilidade de definir aplicações pré-definidas para abrir tipos específicos de ficheiros, oferecendo mais controlo ao utilizador sobre o seu fluxo de trabalho.

Além disso, tornou-se possível fixar ficheiros e pastas diretamente no Dock, permitindo acesso imediato aos conteúdos mais utilizados.

Em resumo...

Para além do novo visual Liquid Glass, a Apple capacitou este tablet com Multitarefas onde as janelas podem ser redimensionáveis, barra de menus, Exposé, Ficheiros e Pré-visualização, onde podemos ter uma gestão avançada de ficheiros e anotações.

Não podemos deixar de dar importância à nova app Telefone, assim como a nova opção de gravação em background, gestão de áudio/vídeo e as traduções em tempo real com a possibilidade de editar diretamente o texto na app Notas.

Fonte: Pplware.