31 de ago. de 2024

O dia em que a Apple proibiu a utilização das máquinas de escrever

 A Apple sempre foi uma empresa com tomada radical de decisões. E não falamos só no campo da oferta aos seus utilizadores, mas também nas regras que impunha aos seus colaboradores. Corria o ano de 1980 e entrava uma nova diretiva: é proibida a utilização de máquinas de escrever.

Ilustração máquinas de escrever proibidas na Apple

Casa de ferreiro... espeto de ferro!

A regulamentação de procedimentos nas empresas permite uma maior e melhor administração de recursos. E a Apple, sendo uma organização tecnológica, desde cedo impunha a si mesmo um esforço de vanguarda.

Mike Scott foi o primeiro (e controverso) diretor-executivo da Apple. Dirigiu a empresa de fevereiro de 1977 a março de 1981 e, durante o seu mandato, quase cancelou o projeto Macintosh e despediu 40 funcionários na “Quarta-feira Negra”, uma medida que, segundo ele, iria tornar a empresa “divertida” novamente.

Contudo, durante o seu mandato, houve ainda uma outra ação curiosa: lançou a sua própria cruzada contra as máquinas de escrever.

Num comunicado interno de 1 de fevereiro de 1980, Scott avisa que “é bom que todos leiam isto” e explica que “a partir de agora, não podem ser compradas nem alugadas mais máquinas de escrever”.

Nessa mensagem, Scott argumentava que “a Apple é uma empresa inovadora” e, como tal, deveria concentrar-se em segmentos como os processadores de texto.

Este documento foi provavelmente escrito com um Apple II, e é curioso, mas havia um par de erros no documento: “priorty” e os três espaços entre “and” e “convince”.

Scott recomendou o uso do processador de texto do Apple II chamado “Apple Writer Systems”, que era extremamente básico - uma espécie de antecessor do WordStar.

"Sistemas Apple II-Apple Writer": O Apple Writer (1979) era uma aplicação de processamento de texto para o computador Apple II.

De facto, prometia que aqueles que abandonassem as suas máquinas de escrever a favor desta aplicação seriam os primeiros a ter acesso aos “novos sistemas de alto desempenho” da Apple, sem especificar quais por se tratar de uma promessa vaga.

Foi uma jogada singular de Scott, que sem dúvida queria tentar manter os seus próprios empregados à frente do futuro. A sua visão estava certa: as máquinas de escrever tradicionais e mesmo as máquinas de escrever elétricas tornaram-se quase extintas, tanto nas casas como nos escritórios.

A Microsoft e o Office, claro, acabaram por ganhar o dia e tornaram-se as novas ferramentas de trabalho na maioria dos escritórios em todo o mundo - o Microsoft Word nasceu em outubro de 1983 - mas a Apple fez a sua jogada antes de todos os outros. Os dias da máquina de escrever estavam contados.

Fonte: Pplware.

Apple prepara investimento multimilionário na OpenAI

 A parceria entre a Apple e a OpenAI poderá expandir-se para além da integração do ChatGPT na Siri. A empresa sediada em Cupertino está em conversações com a startup de Inteligência Artificial (IA) para se juntar como investidor na sua próxima ronda de financiamento.

Poderá a Apple salvar a OpenAI?

De acordo com um novo relatório do The Wall Street Journal, a OpenAI, apesar de ser uma referência indiscutível no segmento da IA generativa, tem despesas tão elevadas que os analistas acreditam que pode acabar por falir em menos de um ano.

A nova ronda de financiamento elevaria a avaliação da OpenAI para mais de 100 mil milhões de dólares, como foi explicado. E embora não tenham sido mencionados montantes específicos, a Apple juntar-se-á à Microsoft e à Thrive Capital como um dos principais financiadores. A Bloomberg informa que a NVIDIA também faz parte das negociações.

A Thrive Capital lideraria a nova ronda de financiamento da OpenAI com cerca de mil milhões de dólares. A Microsoft já deu cerca de 13 mil milhões de dólares à empresa de Sam Altman nos últimos dois anos. Quanto à Apple, a fonte menciona que o possível valor ainda não foi divulgado. No entanto, é lógico que será um número bastante elevado.

As empresas continuam em negociações

O facto de a Apple poder vir a participar como investidora na próxima ronda de financiamento da OpenAI não constitui grande surpresa. As duas empresas formaram uma das parcerias mais faladas do ano, após o anúncio da integração do ChatGPT com a Siri como parte das melhorias que estão a chegar ao iOS, iPadOS e macOS com a Apple Intelligence.

O curioso do acordo entre as partes é que a Apple não estava a pagar um cêntimo à OpenAI para incorporar o chatbot nos seus dispositivos, nem o contrário. As duas empresas terão entendido que, apesar de não haver qualquer troca financeira entre as partes, estavam a formar uma dupla estratégica sem paralelo.

O investimento na criadora do ChatGPT também permitiria à empresa de Tim Cook ter uma relação mais próxima com ela.

Veremos se o relatório do The Wall Street Journal se confirma. Se assim for, a OpenAI terá a garantia do impulso económico da empresa com a maior avaliação de mercado do mundo. Recorde-se que, atualmente, a Apple tem uma capitalização bolsista de cerca de 3,5 biliões de dólares.

Fonte: Pplware