15 de mar. de 2021

Análise AirPods Max: Os auscultadores de luxo da Apple

 A Apple lançou no passado mês de dezembro uns auscultadores para o segmento HiFi. Contudo, ninguém ficou surpreso com o anúncio dos AirPods Max. Os primeiros auscultadores “por cima da orelha” da Apple foram um dos segredos mais mal guardados do mundo da tecnologia em meses. A surpresa, além do preço, 629,00 €, foi serem de facto muito bons no que respeita à qualidade do som.

Provavelmente, estes auscultadores têm o melhor cancelamento de ruído do mercado. Mas vamos à análise.

Análise Airpods Max: Os auscultadores de luxo da Apple

Equilíbrio perfeito entre a alta‑fidelidade e a magia dos AirPods

Começamos pelo subtítulo que tem o cunho da Apple. Na verdade, é esse mesmo equilíbrio que atinge quando utilizamos estes auscultadores. Também é verdade que alguns pontos negativos afetam consideravelmente este tal equilíbrio.

Os AirPods Max desafiam-nos a testar a qualidade, mas com o foco num conjunto de elementos. O som, o design do produto e a integração no ecossistema. Do preço falamos depois.

Qualidade de construção

Ao contrário de outras marcas que produzem este tipo de equipamento, a Apple não tem tradição histórica no domínio do som, no desenvolvimento das técnicas de áudio. Contudo, a empresa tem uma qualidade reconhecida na sua engenharia. Aquele look&feel que entrega ao utilizador não é só na qualidade dos materiais, mas é também na qualidade de utilização.

Embora o estilo possa não agradar a todos, não há como negar a qualidade do produto no que toca à construção dos Apple AirPods Max. Aliás, como utilizadores de auscultadores de qualidade, como, por exemplo, os Sony WH-1000XM4, Bose Noise Cancelling Headphones 700 ou Bang & Olufsen Beoplay H95, percebemos que o conforto e durabilidade surgem como uma melhoria importante à própria usabilidade.

Os Sony têm aparência e toque quase baratos em comparação com os Apple, que possuem protetores de ouvido de alumínio anodizado numa única peça, perfeitamente fabricados, ligados por uma faixa de aço inoxidável.

Entre as conchas e a cabeça estão almofadas de espuma viscoelástica que circundam facilmente até as orelhas maiores, criando uma vedação suave e surpreendentemente eficaz no bloqueio físico do som.

Os materiais premium tornam os AirPods Max significativamente mais pesados ​​do que os auscultadores sem fio, que são maioritariamente de plástico.

 

Engenharia Apple e áudio computacional

Em termos de engenharia acústica, os AirPods Max possuem um driver dinâmico de 40 mm concebido pela Apple que fornece graves ricos, profundos, médios precisos, e uma extensão de alta-frequência nítida e limpa para que cada nota possa ser ouvida.

Um motor único de íman de anel duplo de neodímio permite aos AirPods Max manter uma distorção harmónica total de menos de 1% em toda a gama audível, mesmo no volume máximo.

Equipado com um chip H1 concebido pela Apple em cada concha auditiva, um design acústico personalizado, e software avançado, os AirPods Max recorrem a áudio computacional para proporcionar uma experiência de audição da mais alta qualidade possível.

Utilizando cada um dos 10 núcleos de áudio dos chips – capazes de 9 mil milhões de operações por segundo – o áudio computacional proporciona uma experiência de audição interessante que inclui EQ Adaptativo, Cancelamento de Ruído Ativo, modo Transparência, e áudio espacial.

Imagem Almofadas para AirPods Max

A título de curiosidade, se quiser substituir as almofadas para AirPods Max, estas custam 79,00 €




 

Conforto e usabilidade

Estes auscultadores da Apple pesam 385g. Isto é, pesam 100g a mais do que os Sony WH-1000XM4, por exemplo. Mas tal é a eficácia do design de distribuição de peso, que realmente não parecem pesados ​​na cabeça e não há pontos de pressão pronunciados.

Durante o teste, embarcamos numa série de sessões de audição longas e ininterruptas e em nenhum momento sentimos qualquer desconforto ou fadiga. Eventualmente, haverá um calor que gera depois um pouco de humidade dentro das conchas acústicas.

… vamos à utilização!

A Apple resistiu à tentação de integrar controlos de toque ao design dos AirPods Max. Contudo, não deixou o produto totalmente em modo mãos livres. Em vez disso, na parte superior da concha, do lado direito, estão dois controlos físicos: um botão simples para alternar entre os modos de cancelamento de ruído, e um botão inspirado na coroa digital do Apple Watch.

Este botão é uma solução particularmente limpa e intuitiva, embora seja um pouco fácil tocar ao ajustar os auscultadores, e a sua baixa resistência significa que podemos ajustar acidentalmente o volume. O que podemos fazer para combater isso é mudar a orientação do volume no iOS.

Dito isso, ao usar a coroa intencionalmente, é um prazer tátil. Gire para aumentar ou diminuir o volume, clique para reproduzir / pausar, clique duas vezes para saltar para a frente e clique três vezes para passar para trás.

Manter a coroa pressionada invoca a Siri, embora, por predefinição, os AirPods Max também estejam sempre a ouvir o comando ‘Hey Siri’.

E a case?

Há coisas que a Apple faz muito bem, há outras que “nem ao diabo lembra”. Do mesmo naipe do carregamento do Magic Mouse 2, esta bolsa de transporte dos AirPods Max parece um sutiã. O que não faltaram foram memes a “reinar” com a escolha da Apple.

Além de parecer parva, ela não desempenha nem mesmo a função mais básica de uma bolsa típica, que é proteger o produto guardado, evitando que se esmurre, amasse ou suje.




Esta saca de transporte não cobre a faixa da cabeça ou a parte superior, ou inferior dos auriculares, então é apenas vagamente mais protetor do que simplesmente colocá-los nus dentro de uma mochila.

Mas tem mais utilidade, atenção. A empresa de Cupertino adicionou uns imanes na bolsa que colocam os AirPods Max num modo de ultra-baixo consumo de energia. Mas… em relação à bateria, já lá vamos.

Quem deve comprar os Apple AirPods Max?

Estes auscultadores levam ao utilizador uma excelente qualidade de áudio. Têm uma boa construção e exigem cuidados na utilização. Apesar de serem compatíveis com um vasto leque de dispositivos Apple, que passam pelo iPhone, Apple TV, iPad e os Macs, seguramente que, combinado com o iPhone, pela mobilidade, haverá uma utilização mais intensiva.

Assim, estes auscultadores serão uma compra para quem quer um som de alta fidelidade, excelente serviço de cancelamento de ruído e que seja um utilizador Apple disposto a pagar os 629 euros. Efetivamente, tem de ser alguém que queira som premium.

Bateria

Este é o calcanhar de Aquiles dos AirPods Max. A título de exemplo, os Sony WH-1000XM4 oferecem 30 horas.

A Apple diz nas especificações que estes auscultadores têm uma autonomia de até 20 horas com um só carregamento, com o Cancelamento ativo de ruído ou o modo Transparência ativado.

Além disso, diz também que se conseguem até 20 horas a ver filmes com um só carregamento, com o áudio espacial ativado e até 20 horas de autonomia de conversação com um só carregamento.

Imagem utilizadora com os Apple AirPods Max

Os AirPods Max estão disponíveis em Cinzento sideral, Prateado, Verde, Azul-céu e Rosa.

Na verdade, todos estes valores ficam aquém dos seus concorrentes mais diretos ou até de equipamentos a metade do preço. A performance da bateria deixa a desejar, mesmo quando utilizamos 20 horas. Contudo, e até há bem pouco tempo, estes auscultadores sofreram de um problema que drenava a bateria quando estavam em descanso.

Aparentemente, esse problema ficou resolvido com a atualização do firmware que a Apple lançou no passado dia 10 de março.

Claro que em 5 minutos de carregamento podemos obter logo cerca de 1,5 horas de autonomia. Portanto, o carregamento desta bateria permite voltar à música sem grande perda de tempo.

No que toca à vida útil, ainda não há informações, pela juventude destes auscultadores.

Som

Em primeiro lugar, a qualidade do cancelamento de ruído é excelente. Visto que estamos a analisar durante uma pandemia, não experimentamos noutros ambientes, como é num avião, num comboio ou no meio de uma cidade ativa, barulhenta e dinâmica.

Contudo, há nitidamente uma qualidade superior neste recurso. A Apple sabe fazer e faz muito bem.

A nossa experiência leva-nos a comparar com outros igualmente muito bons, como é o caso dos B&O Beoplay H95, ou dos Bose Noise Cancelling Headphones 700 ou dos Sony WH-1000XM4.

Um barulho de motor, os ruídos urbanos, as vozes cruzadas… tudo isto fica do lado de fora quando ativamos o cancelamento de ruído. Mas atenção, estes ruídos poderão igualmente ser tratado de forma competente com os Sony. Contudo, no geral, os AirPods Max superam num ou noutro ponto.

Conforme mencionamos, estes auscultadores usam oito microfones no total, um voltado para dentro para ouvir o que está a sair do driver de 40 mm e três microfones externos para ouvir o barulho ao seu redor. Com quatro em cada auscultador, os microfones ouvem ‘200 vezes por segundo’. Depois, ajustam o cancelamento e o EQ adaptável para criar um ambiente de audição adequado.

Explorando agora as outras opções, se quisermos andar pela cidade, e ter a perceção do que nos rodeia, então ativamos o modo Transparência.

Este modo processa ativamente o ruído externo e injeta-o nos nossos ouvidos. Há uma qualidade ligeiramente sintética em determinada parte deste ruído. Bom, é um modo “meio-termo” que cada um terá de escolher para o que serve.

Outra especificação impressionante, que abordamos de forma ligeira em cima, estes auscultadores alcançam uma distorção harmónica total (THD) de “menos de” 1%. O THD é a medição dos harmónicos introduzidos num sinal por um amplificador. Quanto mais baixo for o valor, mais preciso é o sinal.

A Apple afirma que os AirPod Max retêm menos de 1% do THD mesmo com o volume no máximo. Isso significa que quando aumentados para o mais alto possível, eles ainda retêm mais de 99% do sinal original sem interferência ou distorção.

Ora bem, vamos desativar o cancelamento ativo de ruído e perceber o que valem estes auscultadores enquanto meio de transporte de som.

Equilíbrio geral

Começamos com um tema para percebermos o equilíbrio geral do áudio. Ao som de Kendrick Lamar, com o tema Pray For Me, os AirPods Max valorizam as frequências altas, as repetições dos graves e permitiram uma distinção clara da voz, que tem umas particularidades no timbre nem sempre fáceis de separar nas frequências mais baixas.

Os vocais do The Weeknd são brilhantes e cortantes, reverberando de forma fantástica com um tom agudo. Os AirPods Max permitem apreciar as muitas transições melódicas deste tema.

Frequências agudas

Os agudos foram postos à prova num tema muito rico. Max Roach, com o tema Lonesome Lover, obriga os auscultadores a dar tudo para sobressair o piano que está lá bem atrás da voz e, sobretudo, atrás dos pronunciados pratos. Percebe-se a fineza do bater da baqueta no metal. Foi bom, mas não foi bestial.

Apesar disso, só com uns bons auscultadores é que se consegue diferenciar os diferentes sons por tom e frequência, apesar de serem muito semelhantes em timbre.

Este tema deve ser interiorizado como se o estivéssemos a ouvir numa casa pequena, onde, ao fechar os olhos, detetamos o palco sonoro, com a esquerda mais ativa. As notas altas no saxofone funcionam a partir das 3:00 (e às 3:22) dão-nos uma sensação de como os nossos auscultadores têm de lidar com tons perfurantes na gama alta.

Frequências altas, médias e baixas

A seguir, para desfrutar de uma mistura de altos, médios e baixos, nada melhor que Enya, com o tema Orinoco Flow. Um ataque aos graves que obrigam os auscultadores a ser muito competentes para percebermos as marimbas para os agudos, os vocais para os médios e as cordas para os graves.

É interessante focar a nossa atenção para perceber cada parte deste espaço sonoro tão denso.

Frequências graves de baixa ressonância.

Pois bem, para levarmos os AirPods Max a trabalhos forçados, mas sem perder a compostura, vamos deixar esta maldade: Lil Wayne – A Milli. Tão intenso e com vibrações para lá da conta. O “bass” está lá e há uma limpeza na passagem de tons por trás da voz.

Este tema tem um grande som de tambor que fica pendurado na mistura durante um bom tempo. Um bocado com o som nos 70% e a coisa bate forte.

Claro, não podia deixar de testar o palco sonoro, os graves, agudos, velocidade de transições, amplitude, claridade da voz, sem libertar a bom som Eddy Louiss – Funky Day. Apenas este tema teve de ser em “streaming” por não possuirmos o cabo Lightning para áudio de 3,5 mm (que custa 39,00 €).

Todos os temas foram ouvidos e apreciados na aplicação Tidal HiFi. Além disso, foram igualmente usados os auscultadores noutros dispositivos como a Apple TV 4K para experimentar outras tecnologias disponíveis nestes dispositivos em conjunto, como o áudio Espacial.

 

Veredito

Há que destacar, claramente, a qualidade do Cancelamento ativo de ruído, a construção dos auscultadores e a qualidade do som. De facto, com estes pontos, o preço faz sentido, até porque está num nível de outros auscultadores premium que têm preços bem acima do que a Apple cobra pelos AirPods Max. No entanto, pelo que se paga, a Apple deveria ter em atenção alguns pormenores.

Primeiro a bateria que não pode oferecer nada menos que as 30 horas. Vinte horas é já sofrível quando a concorrência, por metade do preço, oferece muito mais. Depois a bolsa. Vamos lá ter consideração, porque quem investe mais de seiscentos euros, precisa de uma case decente para os transportar e, acima de tudo, proteger um dispositivo que não é plástico.

Imagem auscultadores da Apple AirPods Max

Sobre o som, dificilmente por este preço conseguem um som tão equilibrado e com cancelamento ativo de ruído tão poderosos. Pelo menos no mercado atual não serão muitos que, pelos seiscentos e poucos euros, conseguem este nível. Há melhores, com um nível de som mais apurado, mas custam mais do que estes da Apple.

O facto de não trazer cabo para jack 3,5 mm, pelo preço do conjunto, é claramente um ponto negativo. Em resumo, se é utilizador Apple e quer um som fantástico e um produto de excelente qualidade, então os AirPods Max são um bom investimento. Se quer apenas um bom som e um cancelamento ativo de ruído eficaz, por uma ou duas centenas de euros, esqueça estes auscultadores.

Fonte: Pplware.














Apple anuncia o fim da coluna HomePod original

 Infelizmente, a Apple nunca lançou esta coluna em Portugal. Contudo, quem conseguiu comprá-la fora de fronteiras, sabe que este é um gadget com uma excelente qualidade de som, além de ser um gestor para muitas funcionalidades Homekit. Agora, com a saída da versão mini, a Apple parece que vai pôr fim à HomePod original de 2018.

A Apple está a vender o stock que possui e não irá voltar a vende-la. Assim, se quer uma coluna inteligente fantástica, é agora ou nunca!

Imagem HomePod original da Apple

HomePod original: o fim de um capítulo

Depois da Apple ter lançado a HomePod mini, os números efetivamente saltaram e as vendas pareciam estar em alta. Contudo, quem pagou um pouco deste sucesso foi a HomePod original.

Conforme foi referido em comunicado, a empresa de Cupertino diz que está a vender o seu stock da HomePod original:

A HomePod mini tem sido um sucesso desde a sua estreia no outono passado, oferecendo aos clientes um som incrível, uma assistente inteligente e controlo de casa inteligente, tudo por apenas US $99. Estamos a concentrar os nossos esforços na HomePod mini. Estamos a descontinuar a HomePod original, que permanecerá disponível enquanto durarem os stocks na Apple Online Store, Apple Stores e Revendedores Autorizados Apple. A Apple fornecerá aos clientes uma HomePod com atualizações de software, bem como serviço e suporte através do AppleCare.

A Apple deu muito ênfase à qualidade do som na HomePod original. E é verdade que esse poder de som está lá. O problema é que o grande público não se interessa por este tipo de produto, principalmente pelo preço.

Na verdade, as colunas Amazon Echo e Google Home dominam amplamente as vendas e custam apenas algumas dezenas de euros. Embora a qualidade do som seja menor, é suficiente para a maioria das pessoas.

Claro, a coluna HomePod original da Apple custa algo como 329€.

O que acontece com as pessoas que compraram a HomePod original? Nada em particular. A coluna continuará a funcionar como antes. Será interessante ver o que acontece com as atualizações, mesmo que não se preveja nada de extraordinário, tendo em conta o seu (ainda) poderoso hardware.

Imagem loja online da Apple a mostrar o HomePod

Nas lojas Apple online já consta a mensagem que será vendida até final das existências.

De qualquer forma, este é o segundo produto abandonado pela Apple em poucos dias. O fabricante anunciou recentemente a descontinuação do iMac Pro.

Será que a empresa pensou em algo novo para substituir esta coluna… ou ficará só com a HomePod mini? Vamos ver o que nos reserva o futuro.

Fonte: Pplware.