A Apple poderá ter criado, quase por acidente, uma barreira técnica que torna extremamente difícil para qualquer governo, mesmo o russo, bloquear o iMessage (e a app Mensagens).
iMessage: porque a proibição será agora complicada
No caso da proibição de FaceTime na Rússia, justificada pelas autoridades russas com o argumento de uso da plataforma para “terrorismo”, tinha-se como óbvio que se o mesmo critério fosse aplicado ao iMessage, este também seria bloqueado.
Contudo, aponta-se agora que o design técnico do iMessage torna esta opção complexa: o tráfego de iMessage está fundido com o sistema de notificações push da Apple, usado para todo o ecossistema iOS.
Ou seja: desativar o iMessage implicaria desativar notificações para todas as apps iOS, um impacto demasiado amplo, capaz de comprometer o funcionamento normal dos dispositivos.
Intenção original ou consequência acidental?
A análise sugere que esta integração não foi necessariamente construída para evitar bloqueios governamentais, na altura, o objetivo teria sido driblar a vontade de operadores telecom de bloquear o serviço, visto que este reduziria a procura por SMS.
Mas, mesmo se não intencional, o efeito prático é o que interessa: uma proibição generalizada de iMessage deixaria muitos iPhones inutilizados como smartphones modernos, algo difícil de justificar para um governo, mesmo autoritário.
O que isto representa para liberdade e privacidade global
No contexto atual, no qual regimes com tendências autoritárias procuram limitar apps com encriptação ponta-a-ponta, o iMessage pode sair reforçado.
A incapacidade técnica de banir o serviço de forma isolada torna-o mais resiliente a tentativas de censura digitais.
Para utilizadores, isto significa que muitas das conversas via iMessage podem continuar seguras e inacessíveis a governos, mesmo em países com forte controlo estatal das comunicações.
Fonte: Pplware.


